segunda-feira, 21 de julho de 2008

PIPOCAR

A pipoca

Este texto foi extraído do livro “O amor acende a lua”, de Rubem Alves

Milho de pipoca que não passa pelo fogo continua a ser milho para sempre. Assim acontece connosco. As grandes transformações acontecem quando passamos pelo fogo. Quem não passa pelo fogo, fica do mesmo jeito a vida inteira. São pessoas de uma mesmice e uma dureza assombrosa.
Só elas não percebem e acham que o seu jeito de ser é o melhor jeito de ser. Mas de repente vem o fogo.
Pode ser fogo de fora: perder um amor, perder um filho, o pai, a mãe, perder o emprego ou ficar pobre. Pode ser fogo de dentro: pânico, medo, ansiedade, depressão ou sofrimento cujas causas ignoramos.
Há sempre o recurso do remédio: apagar o fogo! Sem fogo, o sofrimento diminui.
Com isso, a possibilidade da grande transformação também. Imagino que a pobre pipoca, fechada dentro da panela, lá dentro cada vez mais quente, pensa que a sua hora chegou: vai morrer.
Dentro da sua casca dura, fechada em si mesma, ela não pode imaginar um destino diferente para si. Não pode imaginar a transformação que está sendo preparada para ela.
A pipoca não imagina aquilo de que ela é capaz. Ai sem aviso prévio, pelo poder do fogo a grande transformação acontece: BUM! E ela aparece como uma outra coisa completamente diferente, algo que ela mesma nunca havia sonhado. Bom, mas ainda temos o piruá, que é o milho de pipoca que se recusa a e mudar.
Elas acham que não pode existir coisa mais maravilhosa do que o jeito delas serem.
A presunção e o medo são a dura casca do milho que não estoura. No entanto o destino delas é triste, já que ficarão duras as vidas inteiras. Não vão se transformar na flor branca e nutritiva. Não vão dar alegria para ninguém.

Horários de verão HP


quinta-feira, 3 de julho de 2008




JANTAR DE YÔGA
Tudo perfeito, excelente jantar, excelente companhia.
Parabéns ao Pleasures e obrigada a quem a nós se juntou ;) ***